Dengue: doença é ainda mais perigosa nos idosos

Secretaria de Saúde alerta que pessoas acima de 60 anos têm mais chances de óbito por causa da doença

Integrantes do principal grupo de risco para a dengue, os idosos já totalizam 2.395 casos no primeiro mês de 2024. Segundo dados do boletim epidemiológico divulgado em 25 de janeiro pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), a faixa etária de 70 a 79 anos lidera em incidência de casos prováveis de dengue entre os residentes no DF. A incidência nesse grupo atinge 605 casos por 100 mil habitantes, considerando a população dessa faixa etária na capital.

Os idosos ainda não são elegíveis para vacinação e possuem maior fragilidade imunológica, o que torna a evolução da doença mais grave. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

A coordenadora de Atenção Primária à Saúde (APS) da SES-DF, Sandra Araújo, destaca que pessoas com mais de 60 anos apresentam um índice de mortalidade por dengue mais elevado. “Esta faixa da população, que atualmente não é elegível para vacinação, possui maior fragilidade imunológica, o que torna a evolução da doença mais grave. Além disso, aqueles que já tiveram a doença têm maior probabilidade de desenvolver o quadro hemorrágico (o mais grave) em uma segunda contaminação”, explica.

Segundo o Ministério da Saúde, inicialmente receberão a vacina contra a dengue crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização depois dos idosos – grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa.

A médica Lívia Teixeira Neves, Responsável Técnica Distrital (RTD) de Geriatria, destaca que os idosos enfrentam maior propensão à hospitalização e ao desenvolvimento de formas graves de doenças, apresentando até 12 vezes mais risco de mortalidade pela dengue, conforme evidenciam estudos. “Além disso, essa faixa etária frequentemente lida com a presença de doenças crônicas associadas, aumentando a susceptibilidade à desidratação”, explica.

A geriatra ressalta ainda que, ao manifestar sintomas como febre alta, sangramento de mucosas, vômitos persistentes, dor abdominal intensa, pressão baixa e desmaios, é crucial procurar imediatamente um serviço de saúde para obter o diagnóstico preciso e o tratamento adequado. Também é importante ficar alerta com sintomas como manchas vermelhas no corpo, náuseas, vômitos, mal-estar, dor ao movimentar os olhos, falta de apetite, dor de cabeça e dores musculares.

“A parada de febre no terceiro ou quarto dia não quer dizer que o paciente está melhor, que está se curando. Muitas vezes, é nesse momento que apresenta um agravante, ele tem que imediatamente retornar ao posto médico. Evite ao máximo a automedicação. As pessoas fazem uso de medicamentos que não são aconselháveis e isso pode agravar”, explica a médica.

Segundo dados do último boletim epidemiológico, a faixa etária de 70 a 79 anos lidera em incidência de casos prováveis de dengue entre os residentes no DF. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Este ano, os pesquisadores também identificaram a presença de um vírus novo, o chamado tipo 2, bem mais agressivo. A aposentada Iva Laguna teve dengue há dois meses e até agora não se sente bem. “Depois da dengue, eu nunca mais fiquei normal, cada dia é um probleminha. Uma hora é dor de cabeça, dor nos olhos, mesmos sintomas de quando eu tinha dengue. É impressionante isso aí, mas os médicos disseram que isso vai até seis, sete meses”, afirma.

A queixa que os sintomas persistem por meses é muito comum entre os pacientes que tiveram dengue esse ano. A especialista explica que isso realmente acontece por causa do processo de inflamação que a picada do mosquito provoca no organismo.

Como se cuidar?

A geriatra da SES-DF também destaca medidas que os idosos podem adotar para se proteger. “Existem as medidas físicas de proteção, como o uso de telas mosquiteiras e vestimentas que cubram o corpo; as medidas químicas, como o uso de repelentes; e as medidas preventivas, que envolvem a melhoria do saneamento básico, o manejo ambiental e a participação comunitária, com o objetivo de evitar a infestação domiciliar do mosquito”, explica.

A Secretaria de Saúde do DF recomenda o uso nas partes expostas do corpo de repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), de IR3535 ou de Icaridina. Os produtos também podem ser aplicados sobre as roupas.

O uso da substância química deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e à frequência de aplicação. Repelentes de insetos contendo esses componentes são seguros para uso durante a gravidez, quando usados de acordo com as instruções do fabricante.

Em crianças menores de 2 anos, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo três vezes ao dia. Também deve ser observada a existência de registro em órgão competente.

Fonte: https://www.saude.df.gov.br

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